O estado da nossa educação: um caso concreto

Partilho uma notícia que me chegou hoje e que merece uma breve reflexão. Muitas escolas estão a divulgar horários ainda por preencher, aguardando pela candidatura de professores. Um desses horários, numa escola do continente, destina-se a um professor de Português. Até aqui tudo parece normal. O estranho é quando verificamos os critérios usados para seriar os candidatos. Pasmem-se: conhecimentos em TIC, conhecimentos no uso do powerpoint; experiência na dinamização de jornais escolares (!!). Sem querer desvalorizar qualquer uma destas competências, certamente importantes, mas serão estes os critérios fundamentais para assegurar o melhor professor de Português? Ignoram-se por completo: a média de licenciatura; o investimento na formação (mestrado, pós-graduação ou doutoramento); a experiência profissional; a produção de trabalhos de investigação ou a colaboração com Centros de Investigação, entre outros possíveis critérios.  Não sei o que vos parece, mas para mim esse lugar de professor de Português já tem um destinatário bem definido.

Com 139 anos, mas bastante actual…

“…nós estamos num estado comparável sómente à Grécia: mesma pobreza, mesma indignidade política, mesma trapalhada económica, mesmo abaixamento de caracteres, mesma decadência de espírito. Nos livros estrangeiros, nas revistas, quando se fala num país caótico e que pela sua decadência progressiva, poderá …vir a ser riscado do mapa da Europa, citam-se a par, a Grécia e Portugal”. As Farpas, Eça de Queirós (1872)