Canta, ó musa!
Os fios intrincados
do “nada que é tudo”
do silêncio que é som
e do som que é silêncio.
Potência misteriosa,
primordial, intemporal,
para a qual fazer
é um refazer infinito.
O ínfimo impulso primitivo,
a dúvida incessante,
tornando o “era uma vez”
em muitas vezes.
Embebido no pensamento,
metamorfoseado no sentimento,
inflamando as gélidas mentes
tal como Hefesto domina o fogo,
invocando as almas nuas
para a cólera, para o amor!
Longo e imensurável tempo,
que o invisível, visível torna,
que das cinzas de Alexandria
fez multiplicar o “talvez”,
tal como as cabeças de Hidra
serpente marinha de Lerna
cujo respirar era fatal.
E nós, errantes viajantes,
vislumbramos a nossa finitude:
perecíveis, ilusoriamente invencíveis,
quase fragmentos.
Apenas imagens…
Leves sombras…
Poema elaborado em conjunto por:
Marlene Andrade
Soraia Andrade
Verónica Sousa
(Licenciatura em Psicologia)
Pelo que aferi, o poema constitui uma definição de mito muito original. O texto está muito bem escrito. Bom trabalho
Excelente! Poema lindíssimo, que as tres colegas elaboraram. Parabéns! Muito original e poético!